No dia de ontem, segunda-feira de Carnaval, 27 de fevereiro de 2017, a costa noroeste da ilha do Pico foi fustigada pela energia das ondas do mar, intempérie esta que causou vários estragos em vários pontos costeiros, levando inclusivamente ao encerramento de algumas estradas.
Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, esta foi uma situação invulgar e que não estava prevista — as ondas atingiram uma altura de 13 metros, enquanto os modelos matemáticos (que normalmente sobre-estimam a realidade) previram menos de metade desta altura. Para este fenómeno da natureza alcançar este resultado contribuíram também um período de vaga na ordem dos 20 segundos e o efeito de afunilamento que a ondulação de noroeste sofre entre o Faial e São Jorge, concentrando a energia final na costa da ilha montanha.
As condições marítimas adversas levaram igualmente ao cancelamento de várias viagens de barco entre a ilha montanha e as ilhas vizinhas do Faial e de São Jorge, bem como a necessidade de recorrer ao Porto das Ribeiras, situado na costa sul do Pico, de forma a garantir a a realização da última viagem do dia entre o Pico e o Faial.
Apresenta-se de seguida algumas imagens e vídeos da fúria do mar e de alguns dos estragos provocados nos concelhos de São Roque do Pico e da Madalena.
Haja saúde!
Post scriptum: Explicação técnica para este fenómeno encontra-se disponível nos comentários a este post; link para notícias relacionadas com esta intempérie.
São Roque do Pico
Madalena
Fantastic drone video! Whose drone?
ResponderEliminarUma boa reportagem sobre a fúria do mar no dia 27 do corrente.
ResponderEliminarAntes não tivesse acontecido. W
It's from José Feliciano. This is his YouTube channel:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/channel/UCjul2dR6YM5Avvzki9wrUvw
Aqui no centro Europeu de Meteorologia (ECMWF) o caso do mau tempo foi discutido em sessao publica e com muito interesse -- um fenómeno em conjunto com a zona costeira de Bilbao e Marrocos.
ResponderEliminarTecnicamente o fenómeno chama-se "inundação costeira" e o mecanismo de transporte das ondas foi que as ondas de baixa frequência viajam mais rápido que a frente da tempestade (na altura centrada no Atlântico Norte) e explica o porquê do vento ser, em geral, fraco durante a ocorrência (o que e' muito incomum nestes casos.)
Aqui vão os mapas da situação sinóptica (do MetOffice) e uma animação das ondas representadas em termos de período longo (do nosso centro; os Açores estão em destaque nesta!)
https://uploads.disquscdn.com/images/e4858732e167f37826e3234ba2480ce86c45d3c8cd7da90c64fa16a75de5ecbc.gif
https://uploads.disquscdn.com/images/8987fcd276733cb23319abf2622f98cb706f329a858fdae54748103a7932305e.gif
Muito obrigado pela explicação técnica e pela partilha das imagens!
ResponderEliminarHaja saúde!