No dia 2 de abril, a SATA não conseguiu aterrar na ilha vizinha do Faial e, ao invés de aterrar no Pico, divergiu para São Miguel. Assim, ficaram prejudicados os passageiros da ilha vizinha e os do costume, mostrando que aterrar no Pico custa...
No dia 4 de abril, era a vez do segundo voo Lisboa-Pico direto ser realizado pela SATA; era, pois não foi! O avião avariou, os passageiros tiveram que fazer escala em São Miguel e mudar de avião, demoraram imenso tempo a chegar quer ao Pico quer a Lisboa, e a SATA foi definida de inúmeras formas...
Parecendo render-se às evidências e tentando fazer um esforço para melhor servir os picarotos, a SATA comunicou publicamente, a meio de abril, que em julho e agosto os voos seriam diretos Lisboa-Pico-Lisboa e, no fim de abril, foi feito o primeiro voo direto Pico-Lisboa da SATA devido ao nevoeiro no outro lado do canal!
As estatísticas oficiais após a entrada em vigor das novas Obrigações de Serviço Público nas ligações aéreas entre os Açores e o Continente e os Açores e a Madeira foram divulgadas recentemente e, para espanto de muitos mas não dos picarotos, a ilha do Pico foi a que mais cresceu!
E como respondeu a SATA? Criou a moda de propor novos horários interilhas no próximo inverno que não servem convenientemente a ilha montanha!
Atendendo a que um azar nunca vem só, eis que no último sábado (13 de junho), o voo Lisboa-Pico volta a ser cancelado por causa de uma avaria no avião! Mas que pontaria: quando avaria um avião da SATA, o Pico sofre logo! Mais, como o avião estava cheio para o Pico (o que tem sido habitual) e como provavelmente não havia avião disponível no dia seguinte para vir à ilha montanha, tiveram que deslocar 3 aviões Bombardier Q400 da SATA Air Açores entre a Terceira e o Pico! Isto porque houve avião à noite de Lisboa para a Terceira. Será que não se consegue arranjar um procedimento seguro para o mesmo tipo de aeronave operar de noite no aeroporto do Pico?
Hoje, 15 de junho, a SATA voltou a fazer história no Pico: dois voos da SATA Internacional no mesmo dia no aeroporto da ilha montanha! E porquê? Porque de manhã estava teto baixo no outro lado do canal, sendo que o voo divergiu para o Pico (seguido de mais um Pico-Lisboa direto...), e segunda-feira à tarde é um dos dois dias da semana (sim, são só dois...) em que a SATA faz a ligação Lisboa-Pico-Terceira-Lisboa. Mas como não há dois azares sem três, como o avião da manhã é o mesmo da tarde e foi preciso esperar pelos passageiros que vieram de barco do Faial, o voo Lisboa-Pico da tarde atrasou cerca de 2h30! Felizmente, como estamos perto do solstício de verão, ainda havia luz solar para o A320 CS-TKK aterrar no Pico à tarde com o atraso, porque se fosse no inverno lá teria que se fazer escala em São Miguel ou na Terceira e depois viajar em aviões da SATA Air Açores até ao Pico...
Resumindo, se o António Variações fosse vivo, provavelmente ele sintetizava todas estas variações da SATA na seguinte canção, apresentada em modo karaoke para que todos a possam cantar (não se esqueçam de ligar as colunas):
Haja saúde!
Ivo, trabalho muito bom. Agora é preciso movimentar os conterrâneos para reagirem e protestarem. Os políticos só entendem quando alguma coisa lhes pode afectar os votos...
ResponderEliminarPorque não um política integrada de transportes? No triângulo era possível conjugar aviões, barcos e autocarros para que, mesmo sem ligação directa, houvesse possibilidade do passageiro chegar ao destino em tempo razoável. Sei de facto que no mês de Julho uns colegas querem viajar para o Pico da Terceira, só conseguiram voo pelo Faial (como de costume), chegam ao Faial têm que pagar táxi até ao porto, já não apanham o barco que sai exactamente 15 minutos depois da hora prevista para a chegada do avião e como tal têm que esperar mais duas ou três horas pelo próximo barco. É tão difícil organizar os horários para evitar esta trapalhada? Isto são residentes e se fossem turistas para chegar ao Pico, sem o mínimo de informações, sem qualquer apoio... Qual seria a review desta gente das férias que cá viriam passar.
Muito obrigado pelo comentário.
EliminarConcordo plenamente que a solução era haver um verdadeiro plano integrado de transportes: primeiro (e mais importante) com horários conjugados entre os diversos transportes (aviões, barcos e autocarros); e numa segunda fase, quem sabe, ter encaminhamentos gratuitos para os passageiros, tal como acontece nos aviões.
Devagarinho os políticos estão a ver que as coisas não estão bem; no passado já corrigiram situações (tal como a escala dos barcos em São Roque do Pico); esperemos que no futuro também corrijam esta.
Haja saúde!