A
montanha da ilha do Pico reúne uma série de curiosidades, destacando-se as seguintes:
- É um estratovulcão com 2351 m de altitude;
- É o ponto mais alto de Portugal;
- Tem fumarolas no topo (Piquinho) que libertam vapor de água a uma temperatura que se situa entre os 50 e os 75°C?
- Tem mais do dobro de altitude em relação a qualquer outra montanha dos Açores;
- É o ponto mais elevado da dorsal mesoatlântica;
- É mais alta do que qualquer ponto nos seguintes países: Austrália (2228 m), Sérvia (2169 m), Islândia (2110 m), Suécia (2104 m), Ucrânia (2061 m), Chipre (1952 m), Coreia do Sul (1947 m), Croácia (1831 m), República Checa (1603 m), Tunísia (1544 m), Reino Unido (1344 m), Finlândia (1324 m), Irlanda (1041 m), Hungria (1014 m), Bélgica (694 m), Holanda (321 m), Dinamarca (171 m), entre muitos outros;
- Tem um trilho de acesso ao topo que foi considerado como estando no top 10 mundial, bem como esta subida integra o restrito lote das 40 experiências em Portugal para se fazer pelo menos uma vez na vida;
- Insere-se na Paisagem Vulcânica da ilha do Pico, a qual foi eleita uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal;
- É uma Zona Especial de Conservação da Rede Natura 2000.
Não só por estas razões, mas sobretudo pelas paisagens de tirar a respiração, a subida ao cimo da montanha do Pico tem tido uma crescente procura nos últimos anos,
tendo sido registado, durante o ano de 2019, um valor recorde de 20.049 pessoas que escalaram esta montanha num só ano.
O mais recente
Regulamento de acesso à Reserva Natural da Montanha do Pico (publicado na
Portaria n.º 25/2020, de 11 de março de 2020, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 64/2023, de 27 de julho de 2023) estabelece as regras e taxas para todos aqueles que pretendem alcançar o ponto mais alto de Portugal, seja de forma autónoma ou recorrendo a um guia credenciado. De seguida apresenta-se um resumo destas regras.
A subida tem início na Casa da Montanha, ponto de paragem obrigatório situado a cerca de 1.200 m de altitude, sendo neste local disponibilizado informação sobre a geologia, biologia, história e clima da montanha do Pico, quer em painéis informativos, quer em formato de vídeo que pode ser visualizado no auditório. Adicionalmente, é na
Casa da Montanha que é efetuado o registo e controlo das subidas, também como forma de garantir que a capacidade de carga máxima da montanha não é ultrapassada (existe uma capacidade máxima de carga de 320 visitantes por dia, bem como uma capacidade de carga em simultâneo — entre 120 a 200 pessoas —
as quais podem obrigar a um período de espera até ser permitida a subida).
A duração média da subida é de cerca de 3 a 4 horas (devendo ser gerida a velocidade e o esforço para evitar demasiada aceleração do ritmo cardiovascular). A descida também tem uma duração média de 3 a 4 horas (sendo muito comuns incidentes que não pode controlar e que têm a ver com os músculos ou articulações tanto nos joelhos como nos pés — este tipo de problemas é imprevisto, dificultam e atrasam muito a descida, pelo que a descida deve ser iniciada pelo menos 4 horas antes do sol se pôr).
No total,
o trilho tem uma extensão total (ida e volta) de cerca de 7.600 m (3.800 m desde a base até ao cume) e um desnível de 1.100 m, sendo que o mesmo encontra-se devidamente identificado por
45 marcos em madeira (numerados e pintados com duas listas de marcação de trilho, vermelha e amarela).
Existem várias variantes na escalada da montanha do Pico, cada uma apresentando diferentes taxas (os valores seguintes referem-se a escaladas de forma autónoma):
- Subida à Furna Abrigo (percurso mais pequeno, adequado aos visitantes que não pretendam ou não tenham condições de subir até ao cimo, possibilitando assim uma experiência na montanha) - taxa de 5,00 € por cada visitante;
- Subida à cratera da montanha - taxa de 15,00 € por cada visitante;
- Subida ao Piquinho (implica subida à cratera e respetivas taxas, bem como apresenta a dificuldade mais elevada, uma capacidade de carga em simultâneo de 30 visitantes e um tempo máximo de permanência de 20 minutos) - taxa suplementar de 10,00 € por cada visitante;
- Pernoita na cratera da montanha (implica subida à cratera e respetivas taxas, bem como está condicionada a um máximo de 32 visitantes por dia e à realização de reserva, com a antecedência mínima de 24 horas relativamente ao início da subida) - taxa suplementar de 10,00 € por cada visitante.
[Nota: os visitantes que sejam residentes na Região Autónoma dos Açores estão isentos do pagamento das taxas enumeradas anteriormente.]
Os
visitantes autónomos podem efetuar reservas através de uma plataforma eletrónica disponível através do endereço
montanhapico.azores.gov.pt
a qual disponibiliza vagas até 90% da capacidade máxima de carga diária (ou seja, até 288 visitantes/dia).
A data de reserva efetuada através da plataforma eletrónica pode ser alterada, sem qualquer penalização, até 2 horas antes do início da atividade, não sendo permitida a alteração de dados dos visitantes.
A confirmação de reserva efetuada através da plataforma eletrónica não afasta a necessidade do registo prévio e do levantamento do equipamento de rastreio, no limite até duas horas depois da hora indicada para o início da atividade, sob pena de cancelamento da reserva.
As taxas devidas por reserva efetuada através da plataforma eletrónica devem ser liquidadas nas 48 horas seguintes à submissão do formulário, sob pena de cancelamento automático da reserva [nota: para reservas efetuadas nas últimas 48 horas antes da subida, apenas a liquidação das taxas garante o direito à reserva].
Aos visitantes será fornecido, no momento do registo prévio, equipamento de rastreio e prestada informação sobre o regulamento, as condições e duração média do percurso, as regras de comportamento e de segurança, a previsão meteorológica, e os termos e condições das operações de resgate.
O acesso à montanha é interdito a todos os visitantes que não disponham de água para consumo e de equipamento adequado para efetuar a subida, nomeadamente vestuário e calçado apropriados à prática de montanhismo, lanterna, em caso de subida noturna, tenda e saco-cama, em caso de pernoita, bem como crampons, no caso de ocorrência de gelo ou neve.
Adicionalmente, é vedado o acesso a visitantes que se façam acompanhar de menor com idade inferior a 5 anos e/ou de animal de companhia, a visitantes que apresentem anomalia psíquica ou sintomas de embriaguez ou de estarem sob o efeito de substâncias psicotrópicas.
Os visitantes com idade igual ou superior a 5 anos até 16 anos devem ser acompanhados por um dos progenitores ou representante legal, o qual deve assinar um termo de responsabilidade.
Fora dos períodos de funcionamento da Casa da Montanha, apenas é permitido o acesso à Montanha do Pico através de um serviço prestado por guia credenciado, salvo tratando-se de visitantes que sejam residentes na Região Autónoma dos Açores [nota: fora dos períodos de funcionamento da Casa da Montanha, é obrigatório que a reserva seja efetuada através da plataforma eletrónica
montanhapico.azores.gov.pt].
Caso seja acionada uma operação de resgate, o custo da mesma, no valor de € 1.200,00, poderá ser imputado ao visitante que efetue a escalada de forma autónoma ou ao guia credenciado, caso haja incumprimento, ainda que negligente, do regulamento, incluindo o desrespeito pelas normas de segurança aplicáveis ao montanhismo e pelas normas de conduta na Montanha do Pico, bem como em caso de subida não recomendada ou que tenha sido solicitado sem justificação.
Para mais informações contacte a
Casa da Montanha:
Horário de funcionamento:
- De 1 de maio e 30 de setembro — todos os dias durante 24h;
- De 1 a 30 de abril e de 1 a 31 de outubro — ininterruptamente das 8h00 de sexta-feira às 20h00 de domingo e nos restantes dias das 8h00 às 20h00;
- De 1 de novembro a 31 de março — todos os dias das 8h00 às 18h00.
Previsão do estado do tempo na montanha do Pico:
Haja saúde!
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