sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Julho de 2016 foi um mês histórico para o Aeroporto do Pico


Segundo os dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores relativos ao transporte aéreo, a ilha do Pico cresceu no passado mês de julho, em termos de movimento de passageiros aéreos (desembarcados e embarcados), uns impressionantes 63,7% (quando comparado com o período homólogo de 2015). À semelhança dos dados estatísticos de junho, não só este valor é superior à média regional, como ainda representa o maior crescimento percentual a nível Açores!

As estatísticas deste ano de 2016 mostram também que este crescimento de passageiros aéreos na ilha montanha não foi pontual, mas sim faz parte de uma tendência: deste o início do ano até agora, a ilha do Pico registou, no todo regional, o maior crescimento percentual em termos de movimento de passageiros aéreos, mais concretamente 39,8%!


Focando de novo as atenções no mês de julho de 2016, o Aeroporto da ilha do Pico recebeu ao todo 148 voos, o que dá uma média de quase 5 voos por dia (recorde-se que no mês em análise foi batido o recorde de aviões num só dia). De todos os voos, 124 foram relativos a viagens interilhas, 20 voos ligaram o Pico a Lisboa e existiram 4 ligações aéreas internacionais, mais concretamente com Amesterdão.

Em termos de quantidade de passageiros aéreos, foram através das ligações interilhas que a esmagadora maioria dos passageiros desembarcou/embarcou na ilha do Pico (74%), sendo que quase um quarto do total chegou/partiu através dos voos com Lisboa (24%) e apenas 2% dos passageiros utilizaram a rota que liga o Pico a Amesterdão.


Os dados estatísticos anteriores mostram a importância das ligações aéreas interilhas como porta de entrada/saída da ilha montanha. Esta importância certamente é extensível a todas as ilhas açorianas, sendo que neste verão de 2016 tem se observado que os aviões andam cheios. Torna-se por isso interessante analisar o número médio de passageiros por voo interilhas, não só para a ilha do Pico mas também para as restantes ilhas dos Açores.


As estatísticas revelam um dado muito curioso: considerando o todo regional em julho de 2016, a ilha do Pico apresentou o maior número de passageiros por voo interilhas! Considerando ainda que estes voos foram efetuados com aeronaves Bombardier Q200 e Q400, as quais transportam 37 e 80 passageiros, respetivamente, pode-se efetivamente afirmar que os voos andam cheios.

Em suma, a ilha do Pico não só continua a registar um crescimento impressionante no que toca aos passageiros aéreos, bem como os aviões andam cheios. Adicionalmente, e comparando com a restante realidade açoriana, não só o crescimento observado na ilha montanha é o maior dos Açores, como também os voos interilhas que servem a ilha do Pico (a esmagadora maioria de todos os voos) podem ser considerados como os mais rentáveis da região (por apresentaram o maior número de passageiros por voo).

Se é verdade que as estatísticas "valem o que valem", também é verdade que elas continuam a comprovar que a ilha do Pico está a efetuar uma transição entre "ilha do futuro" para "ilha da moda"!

Haja saúde!

Post scriptum: Este post foi posteriormente divulgado pelo amigo Rui Pedro Ávila através do seu espaço "Ponderando" no 'Jornal do Pico', edição n.º 643, de 26 de agosto de 2016.

2 comentários:

  1. Excelente análise ! Parabéns mais uma vez Ivo !

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  2. Apenas acrescentar que no que diz respeito aos voos da TUI de Amesterdão, a escala no Pico teve uma média de Embarques/Desembarques de 7/60pax (1º voo em Abril), 20/39pax por voo (Maio), 37/58pax por voo (Junho) e 24/59pax por voo (Julho). Pode parecer pouco para um Boeing 737-800 de 189 lugares, mas a ocupação média à saída de Amesterdão foi de 178pax (Abril), 162pax (Maio), 174 pax (Junho) e 178pax (Julho), o que significa que a taxa de ocupação foi bastante elevada (entre os X% e os X%), tendo a maioria dos passageiros obtado pela estadia em Ponta Delgada, estando isso refletido no número de passageiros em trânsito (médias de 118pax no voo em Abril, 123pax por voo em Maio, 116pax por voo em Junho e 119pax por voo em Julho). Não havendo hipótese de eliminar a segunda escala em Ponta Delgada (por razões de abastecimento de combustível da aeronava) resta saber se seria rentável eliminar embarques/desembarques em Ponta Delgada (deixando toda a operação de passageiros a 100% para o Pico/Triângulo, passando a escala em Ponta Delgada a ser puramente técnica) ou trocar a escala com outra ilha (Terceira ou até mesmo Santa Maria) que pudessem contribuir para o aumento de passageiros no Pico/Triângulo e ao mesmo tempo incrementar o turismo para a Terceira ou Santa Maria, embora a Terceira já tenha voo da TUI, pelo que talvez fosse interessante incluir Santa Maria. Concorrer com São Miguel é muito complicado.

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