O
Serviço Regional de Estatística dos Açores divulgou recentemente os dados relativos ao
transporte aéreo que permitem fazer uma análise ao primeiro trimestre de 2017. As estatísticas mostram que continua a haver um crescimento generalizado dos passageiros aéreos de e para as ilhas açorianas, o qual atingiu 11,7% como valor médio.
Analisando o desempenho observado em cada ilha, quatro delas registaram um crescimento superior à média regional (Corvo, Terceira, São Miguel e Graciosa). Isto significa que, de entre as cinco ilhas restantes (Flores, Pico, São Jorge, Santa Maria e Faial) e pela primeira vez em muitos meses, nenhuma ilha do "Triângulo" (Pico, São Jorge e Faial) superou a média regional.
Se for feito um
ranking regional dos passageiros aéreos no primeiro trimestre de 2017, o Pico (8,9%) ocupa 6.º lugar, São Jorge (8,7%) o 7.º lugar e o Faial (-2,0%) o 9.º e último lugar. Adicionalmente, não só o único decrescimento de passageiros aéreos nos Açores foi observado numa ilha do "Triângulo", como esta zona do arquipélago registou um crescimento médio de 2,9%, o qual é bastante inferior à esmagadora maioria das restantes ilhas.
O Pico, São Jorge e o Faial são o expoente máximo da sensação de arquipélago na Região Autónoma dos Açores, pois são ilhas com paisagens e culturas diferentes mas que se avistam entre si todos os dias; mais ainda, estas ilhas têm a particularidade de, no contexto regional, se poder alcançar as restantes recorrendo às
ligações marítimas regulares. Tudo isto, à primeira vista, deveria tornar esta zona tripartida num destino apetecível. Mas o que estes dados estatísticos mostram é que é necessária uma ponderação por parte de várias partes (operadores turísticos, decisores políticos, etc.), de forma a se perceber o que correu menos bem no "Triângulo" que justifique esta assimetria face à restante realidade açoriana.
Haja saúde!
Post scriptum: Esta artigo foi igualmente publicado na edição n.º 676 do 'Jornal do Pico', de 13 de abril de 2017.