Com o fim de agosto, a ilha do Pico passa a contar com menos voos interilhas. Mais concretamente, o aeroporto da ilha montanha deixa de contar com o reforço de ligações aéreas efetuado em julho e agosto, passando agora a ter (até 30 de setembro de 2017):
11 ligações semanais com a ilha Terceira (um voo por dia, complementado com um segundo voo às segundas, quartas, sextas e sábados);
14 ligações semanais com a ilha de São Miguel (dois voos por dia);
3 ligações semanais com Lisboa (voos às segundas, quartas e sábados).
Todos horários dos aviões que servem a ilha do Pico de forma regular encontram-se disponíveis no separador "Aviões" deste blog.
Haja saúde!
Voos regulares
(clique na origem/destino para mais detalhes)
De 10 a 17 de setembro deste ano de 2017, a ilha do Pico recebe a segunda edição do "Cordas", festival dedicado aos instrumentos de corda a nível mundial.
Aqui fica o programa do "Cordas 2017", sendo que mais informações podem ser obtidas através do seguinte link: www.festivalcordas.com
Um dos momentos mais espetaculares e memoráveis do festival "Cais Agosto" é a regata de botes baleeiros: dezenas de embarcações, as quais foram construídas para caçar baleias, rasgam agora o mar numa competição saudável, juntando assim história e desporto, bem como permitem a preservação do património que nos foi legado através do seu uso.
A edição "Cais Agosto 2017" não foi exceção à regra: 23 botes fizeram a regata à vela, 9 botes participaram na regata de remos feminina e 11 botes entraram na regata de remos masculina.
Esta regata de botes baleeiros foi apadrinhada pela Casa do Pessoal da RTP-Açores, tendo dado origem a uma grande reportagem, onde são apresentadas perspectivas magníficas da competição, bem como paisagens deslumbrantes. Esta reportagem pode ser visionada online através do seguinte link:
Apresentam-se de seguida duas imagens do mesmo local, mas com uma diferença de 50 anos: a primeira é referente a um postal da frente marítima do Cais do Pico na década de 60 do século passado, enquanto a segunda é uma fotografia do mesmo sítio na atualidade.
Torna-se interessante analisar as diferenças entre as imagens, bem como o que se mantém igual, permitindo assim identificar como a evolução dos tempos afetou a paisagem do coração da vila de São Roque do Pico.
Começando da esquerda para a direita, onde antigamente era a estação dos Correios, hoje é uma intuição bancária (Montepio), salientando-se ainda que as fachadas dos edifícios mantêm-se praticamente inalteradas.
A estrada continua sendo de calçada, tal como os passeios, os quais continuam a ter os mesmos motivos desenhados com pedras brancas no meio de pedra escura.
A iluminação pública curiosamente não mudou de lugar, apenas de aparência, embora mantenha os mesmos dois pontos de iluminação perpendiculares à estrada.
Onde antigamente varavam os barcos (lancha "Gamo" em primeiro plano e a "Zeus" em segundo), agora estacionam carros.
A paragem do autocarro não mudou de lugar, embora atualmente seja muitas vezes ocupada por carros particulares.
Ao fundo, à direita, é onde se encontram as maiores diferenças, como, por exemplo, uma estação base de comunicações móveis (vulgo antena de telemóveis) que passou a fazer parte da paisagem (o que também mostra que muitas evoluções tecnológicas implicam algum impacto visual).
A "Fábrica da Baleia" ainda lá está, mas fechou como unidade fabril e transformou-se no Museu da Indústria Baleeira.
No passado, à direita da "Fábrica da Baleia", apenas existia a ponta da laje e o mar; hoje em dia, existe o Clube Naval de São Roque do Pico, um parque de contentores, um porto de pescas e (embora não incluído na foto mais recente) o Porto do Cais do Pico, o principal porto comercial da ilha montanha.
Se mudou muito ou pouco em 50 anos, isso fica ao critério de cada um. Se irá mudar muito mais no próximo meio século, só o tempo saberá dar essa resposta. Contudo, o D. Dinis poderá ser um indicador: ele mantém o seu olhar permanente em direção à ilha de São Jorge, sobre o antigo cais (não presente nas imagens), o qual agora é conhecido como "cais velho", devido à construção do porto comercial; daqui a alguns anos, quiçá, ele manterá o mesmo olhar sobre o "cais velho" e sobre o "porto velho", se entretanto vier a ser construído o novo porto de passageiros...
Depois de um qualquer evento, para memória futura ficam várias recordações na mente de quem lá se encontrava. No entanto, as fotografias tiradas e os vídeos gravados permitem aceder mais facilmente a essas recordações, para além de permitir a partilha com quem não estava presente nos eventos.
Desde 2014 que o blog "Cais do Pico" tem a mini agenda "Acontece por aí", a qual contém alguns eventos que estão acontecendo ou que vão acontecer nas redondezas de São Roque do Pico. Esta agenda está sempre visível em qualquer página deste blog, estando localizada em cima à direita (ou no fim da página, no caso da versão mobile). Clicando num dos eventos é possível obter mais informações sobre o respetivo evento.
Manter esta agenda atualizada resulta, regra geral, de um trabalho pessoal e menos visível de pesquisa diária, esforço esse que tem como missão mostrar que a afirmação "aqui não se passa nada" não é de todo verdadeira.
Graças a esse trabalho de pesquisa, foi também possível ir colecionando vários links para fotografias e vídeos de eventos já passados (desde 2014 até ao presente), os quais estão agora reunidos num só local deste blog, mais concretamente através do link seguinte, de forma a que todas estas recordações fiquem mais facilmente acessíveis a toda a comunidade e para memória futura:
Graças à orografia da ilha do Pico, é possível encontrar vistas magníficas e praticamente aéreas sobre a costa da ilha montanha. Neste sentido, algumas pastagens assumem-se como autênticos miradouros, tal como comprovam as fotos em anexo relativas à vila de São Roque do Pico.
Não admira, pois, que as vacas da ilha montanha sejam todos os dias umas privilegiadas por terem acesso a estas paisagens deslumbrantes, sendo também essa uma das razões para o sucesso da carne picarota: o Pico é a ilha onde se produz mais carne nos Açores, um produto com Identificação Geográfica Protegida (IGP) e cuja matéria-prima se caracteriza por ser suculenta e tenra.
Na magnífica noite de verão de 23 de agosto de 2017 e sob o olhar atento do D. Dinis, era assim que se encontrava o Cais do Pico, na vila de São Roque do Pico: o navio porta-contentores "Ponta do Sol" operando no porto comercial; a iluminação de verão ainda presente na Praceta dos Baleeiros; a lancha da baleia "Garota" fundeada no meio da baía; as luzes da ilha vizinha de São Jorge bem visíveis; o mar espelhado; etc...
Começou no século XIX e só terminou mais de cem anos depois. O último cachalote foi caçado nas águas dos Açores há 30 anos. Ao longo de dois anos, um realizador açoriano e um investigador lisboeta viajaram por todo o arquipélago para ouvir e gravar as histórias dos baleeiros que ainda restam. Não estão à procura de novos enigmas, só de mergulhar ainda mais neste mistério.
Começa assim uma reportagem publicada no jornal 'Público', onde o realizador Luís Bicudo e o investigador Francisco Henriques dão a conhecer um pouco mais da história da baleação nos Açores. Aqui ficam os links para os artigos relacionados:
O "Pico Mountain Observatory" — Observatório da Montanha do Pico — é uma estação que permite estudar a poluição atmosférica que circula no Atlântico Norte.
Colocada na cratera da montanha do Pico, esta estação de referência foi reativada em junho de 2017, disponibilizando atualmente (para cientistas de várias universidades) as seguintes medidas:
Dispersão e retrodispersão da luz devido a aerossóis em 3 comprimentos de onda diferentes;
Contagem de partículas óticas em duas medidas (> 0,3 micrómetros e > 0,4 micrómetros);
Ozono;
Carbono negro;
Coleção de amostras de aerossóis para análise microscópica posterior.
O passageiro quer, a Atlânticoline esforça-se, a atracagem acontece.
O passageiro sempre quis que a viagem fosse eficiente,
Que chegar de São Jorge ao Pico não demorasse.
Houve, por isso, que tomar uma decisão inteligente.
O Porto do Cais do Pico estava na altura ocupado,
Contentores eram carregados no navio Maria P.
Sair das Velas e ir para a Madalena é mais demorado…
Então, e para satisfazer os passageiros, faz-se o quê?
Atrasar um pouco a partida é a solução original,
O que, na realidade, é bastante profícuo,
Pois o destino da viagem fica igual
E a atracagem acontece em São Roque do Pico!
Mais concretamente, quando o Porto do Cais do Pico está ocupado com um navio porta-contentores, geralmente as escalas das ligações entre a ilha montanha e São Jorge são redirecionadas de São Roque do Pico para a Madalena [consultar exemplo do dia 7 de julho de 2017]. Ora, esta situação causa vários transtornos aos passageiros: para além do facto de quem fica nauseado com o balançar de barcos preferir que a viagem de mar seja o mais curta possível, outra desvantagem que surge logo à partida é que a logística dos habitantes, das empresas e dos turistas (tanto no Pico como em São Jorge) tem de ser completamente reformulada — o destino planeado e o real acabam distando 20 km, o que acarreta naturalmente custos imprevistos e incómodos vários (por exemplo, uma viatura própria estar estacionada em São Roque do Pico e o barco afinal atracar na Madalena).
A decisão tomada para o dia 19 de agosto, e que foi de certa forma original face ao historial, foi simples mas muito inteligente: atrasar um pouco a partida da viagem entre São Jorge e a ilha montanha, de forma a que o Porto do Cais do Pico ficasse disponível. Esta solução, devidamente transmitida aos passageiros e comunicada antecipadamente, quer em português, quer em inglês, revela que a empresa pública de transportes marítimos quis bem-servir residentes e turistas, proporcionando-lhes a mais rápida viagem e a que melhor serve as ligações entre São Jorge e o Pico, para além de que, e talvez o mais importante, ninguém teve de refazer planos, pois o destino inicialmente previsto foi mantido.
Através deste blog, algumas críticas já foram feitas ao transporte marítimo de passageiros, inicialmente à Transmaçor, depois à Atlânticoline, devido a alguns cancelamentos de escalas em São Roque do Pico, os quais ocorreram em circunstâncias difíceis de compreender. Como exemplo, destaca-se o post "Dissecando o comunicado da Transmaçor de 7 de setembro de 2015", onde foi analisado um comunicado de cancelamento com horários errados e com base em condições meteorológicas que não correspondiam de todo à realidade. Adicionalmente, também foram feitas algumas rábulas — "Transmaçor ganha prémio no Festival de Cinema de Veneza" e "O "Sei lá!" da Linha Verde da Atlânticoline" — sempre com o intuito de mostrar, através de uma forma mais descontraída, que os passageiros não estavam satisfeitos com as comunicações prestadas pelo operador marítimo.
Contudo, da mesma forma que foram feitas críticas, é mais do que justo reconhecer publicamente e mais uma vez quando algo é bem feito.
A ilha do Pico recebeu recentemente a visita da cantora e compositora Daniela Mercury. No entanto, a famosa artista brasileira não se limitou a apreciar a paisagem: ela embarcou num bote baleeiro e, em conjunto com uma companha feminina, remou ao largo da ilha montanha.
Este momento foi acompanhado de banda sonora ao vivo proporcionada pela própria Daniela Mercury e pelas restantes remadoras, tendo ficado tudo registado no vídeo em anexo.
A ZERO — Associação Sistema Terrestre Sustentável — elaborou um ranking dos 15 hotéis mais sustentáveis do País, o qual foi publicado na VISÃO Se7e. Segundo os autores, nestes alojamentos "respeita-se a tradição local e a paisagem envolvente, evita-se o desperdício e a produção industrial e, também por isso, se respira mais fundo".
Um dos alojamentos que integra esta lista situa-se na ilha do Pico: a 'Aldeia da Fonte' foi identificada por fazer um esforço significativo na redução de consumos, considera a associação ZERO. Além disso, os autores do ranking referem ainda que "ao todo são 40 quartos, mas, lá está, parecem muito menos, até porque tudo aqui fica tão pequeno, quando comparado com a imensidão do oceano ou com a imponente montanha do Pico".
O ponto mais alto de Portugal — a montanha da ilha do Pico — registou na passada terça-feira, 15 de agosto de 2017, um novo recorde diário de subidas, mais concretamente 384.
Outras estatísticas mostram igualmente como subir a montanha do Pico é uma atividade cada vez mais procurada: neste mês de agosto de 2017 já foram ultrapassadas as dez mil subidas desde 1 de janeiro, valor esse que em 2015 fora atingido em outubro, enquanto no ano passado tal sucedeu no mês de setembro.
Apresenta-se de seguia um vídeo, da autoria de Rúben Alves, o qual contém uma coletânea de fotografias da Vila de São Roque do Pico: desde verdadeiras antiguidades até ao presente, as imagens cobrem festas, construções emblemáticas e intempéries, para além de várias paisagens desta vila nortenha da ilha montanha.
Em todo o caso, encontra-se aberta, até 1 de janeiro de 2018, a submissão de novas propostas, seja de ideias, projetos ou artes, pois, segundo a organização, "o Fringe é para tod@s".
Apresenta-se em anexo uma análise estatística ao concelho de São Roque do Pico, a qual foi elaborada pelo 'Diário Insular', tendo por base os dados do PORDATA, e publicada na edição 22.167, de 9 de de agosto de 2017.
Segundo os dados do Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA) relativos ao transporte aéreo, a ilha do Pico foi a única do arquipélago que registou um crescimento negativo no que se refere aos passageiros aéreos desembarcados em julho de 2017 (quando comparado com o período homólogo de 2016).
Mas como é possível, então, o Pico apresentar um crescimento negativo se está tudo esgotado? Analisando com mais calma os voos efetuados para a ilha montanha, em julho de 2017, é possível chegar a uma conclusão surpreendente...
No mês em questão, foram efetuados 145 voos para a ilha montanha, todos operados pelo Grupo SATA: 16 territoriais (rota Lisboa/Pico — equipamento A320) e 129 interilhas (56 em equipamento Q200 e 73 em equipamento Q400) [dados obtidos através da app da SATA para iOS]. Atendendo aos lugares oferecidos em cada aeronave (160, 37 e 80 para o A320, Q200 e Q400, respetivamente), bem como aos passageiros desembarcados em cada tipo de voo (segundo dados do SREA), obtém-se uma taxa de ocupação de 98,2% nos voos Lisboa/Pico e de 95,5% nos voos interilhas, o que corresponde a uma taxa de ocupação global de 96,2% — vide tabela.
Voos Pico — julho 2017
Territoriais
Interilhas
Total
Lugares oferecidos
2.560
7.912
10.472
Passageiros desembarcados
2.513
7.556
10.069
Taxa de ocupação
98,2%
95,5%
96,2%
Os dados são claros e objetivos: os voos com destino ao Pico estão cheios, o que reforça a surpresa pelo crescimento negativo verificado em julho de 2017. No entanto, falta fazer uma pequena mas significativa comparação: analisar o número total de lugares oferecidos em julho de 2017 nos voos para o Pico, 10.472, face aos passageiros desembarcados em julho de 2016 na ilha montanha, 10.896. Já descobriram a resposta ao porquê do crescimento negativo?
Em julho de 2017 foram oferecidos menos lugares nos voos para a ilha montanha do que os passageiros desembarcados em julho de 2016!
Por outras palavras, mesmo que todos os voos que aterraram no Pico em julho de 2017 estivessem lotados, seria sempre obtido um decréscimo nos passageiros desembarcados (-3,9%) face ao período homólogo de 2016!
Este é o verdadeiro significado do crescimento negativo aéreo no Pico: por mais que crescesse a lotação nos voos, as estatísticas diriam sempre que os passageiros decrescem! Esta conclusão, apesar de parecer absurda e de não se verificar em mais nenhuma ilha açoriana, é um facto bem real e comprova que não só a oferta aérea para o Pico não está ajustada à procura, bem como a ilha montanha é claramente a mais prejudicada no contexto regional em plena época alta!
Haja saúde!
Post scriptum: Este artigo foi publicado na edição n.º 22.169 do 'Diário Insular', de 11 de agosto de 2017, na edição n.º 41.347 do 'Diário dos Açores', de 13 de agosto de 2017, e na edição n.º 694 do 'Jornal do Pico', de 18 de agosto de 2017. Adicionalmente, este artigo foi mencionado na edição n.º 1.235 do 'Ilha Maior', de 18 de agosto de 2017.
Sob o lema "9 ilhas, 1 Geoparque", a série "Geoparque Açores", atualmente em exibição na RTP-Açores, pretende mostrar os vários geossítios do arquipélago açoriano e não só, recorrendo sobretudo a imagens deslumbrantes das várias ilhas.
O terceiro episódio deste série foi dedicado à ilha do Pico, incluindo assim o "local mais emblemático dos Açores": a montanha do Pico.
O episódio em causa está disponível online através do seguinte link: Geoparque Açores — Pico.
Apresentam-se de seguida algumas fotografias (datadas de 5 de agosto de 2017) relativas ao estado do restauro da lancha "Espalamaca", o qual está a ser efetuado na freguesia de Santo Amaro, concelho de São Roque do Pico.
A procura pelo destino Pico tem aumentado constantemente a cada ano que passa, sendo isso notório nos voos cheios, nos carros de aluguer esgotados, nos restaurantes com filas de espera, bem como em alguns locais turísticos que só estão disponíveis após reserva com alguns dias de antecedência, como por exemplo a Gruta das Torres — o maior tubo lávico do país.
Mas quem visita esta ilha não pode ignorar a essência que lhe dá o nome Pico: a sua imponente montanha, o ponto mais alto de Portugal.
Resumindo, o Pico está na moda e pode não bastar fazer uma reserva num avião, num alojamento, numa rent-a-car e num restaurante para se conseguir conhecer a ilha montanha; é melhor reservar o Pico (literalmente), senão... também pode já estar esgotado!
A Escola Básica e Secundária Cardeal Costa Nunes, na Madalena do Pico, é a primeira escola dos Açores a integrar o top 5 nacional no projeto "Geração Depositrão".
Na 9ª edição deste projeto (correspondente ao último ano letivo), esta escola do Pico recolheu cerca de nove toneladas de resíduos eletrónicos e pilhas em fim de vida, o que lhe valeu o 1.º lugar a nível Açores e o 5.º lugar a nível nacional (de entre um total de mais de 900 escolas).
[Fonte da notícia e reportagem vídeo — link: RTP-Açores]
O projeto "Geração Depositrão" visa (in)formar as crianças e jovens e através dos mesmos a população em geral, acerca da importância do adequado encaminhamento de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) e Resíduos de Pilhas e Acumuladores (RP&A).
A produção de mel na ilha montanha tem crescido nos últimos anos e começa a ser reconhecida a nível nacional.
Entre os prémios conseguidos, o mel da cooperativa apícola picoense "Flor de Incenso" recebeu uma medalha de prata ao nível da imagem e da rotulagem e foi considerado o melhor mel da última edição da Feira Açores.
[Fonte da notícia e reportagem vídeo — link: RTP-Açores]
A Transinsular publicou no seu site a escala para o mês de agosto de 2017 dos navios de carga que efetuam a ligação Continente - Açores (clique na imagem para conhecer esta escala).
Os navios e as datas em que os mesmos vão visitar o Porto do Cais do Pico, na vila de São Roque do Pico, encontram-se indicados na tabela seguinte (clicando no nome do navio abre uma nova janela com a localização atual do mesmo).
Todas estas informações encontram-se igualmente disponíveis no separador "Barcos" deste blog, apresentando-se também em anexo um mapa contendo, em tempo real, as embarcações que navegam na vizinhança da ilha montanha.
Esta última solução só é possível graças ao transporte marítimo regular, isto é, os passageiros escolhem viajar para o Pico via Faial porque sabem que, depois do voo Lisboa-Horta, têm a oportunidade de apanhar o barco para a ilha montanha.
Ao longo dos anos, várias têm sido as tentativas para ir melhorando e afinando este tipo de complementaridade de meios de transportes entre ilhas distintas, com destaque para o Plano Integrado dos Transportes (PIT).
Contudo, enquanto não se identificar para que destino real os passageiros pretendem ir, o serviço ao cliente nunca atingirá os níveis de satisfação ideais, tal como demonstra o exemplo que se segue.
Acontece que o voo em questão foi cancelado e os passageiros foram realocados numa viagem a ser realizada no dia seguinte (domingo) à tarde. Contudo, a viagem do domingo registou novamente atrasos e alterações, levando a que o percurso final acabasse por ser Lisboa-Terceira-Horta, com mudança de avião na ilha Terceira e chegada ao Faial já perto das 23h.
Chegados então ao Aeroporto da Horta, e como os passageiros que pretendiam seguir para o Pico já não conseguiam recorrer ao transporte marítimo regular, a SATA fretou um transporte marítimo alternativo, de forma a tentar minorar o transtorno da viagem — note-se que, perante a legislação em vigor (Regulamento (CE) n.° 261/2004), a SATA não era obrigada a transportar os passageiros para o Pico, pois o seu "destino final no bilhete" era Horta (Faial).
Os passageiros lá rumaram à ilha montanha, tendo sido utilizado um barco semirrígido para o efeito — algumas pessoas ficaram irritadas com esta viagem atribulada, a qual terminou cerca das 2h da madrugada de segunda-feira, tendo até insinuado que não existiam coletes salva-vidas na embarcação (o que muito provavelmente não seria verdade, pois estes são obrigatórios e geralmente estão guardados a bordo em zonas não visíveis, tal como acontece nos aviões, onde nunca ninguém vê os coletes).
Se é certo que esta foi uma viagem de deixar qualquer pessoa transtornada, há que relevar o esforço feito por várias partes, nomeadamente o da SATA em fretar uma embarcação quando não era obrigada a isso, bem como a pronta disponibilização de meios marítimos que permitiram aos passageiros chegar ao Pico o mais rapidamente possível.
Por outro lado, há qualquer coisa que não bate certo: quando uma companhia aérea tem de fretar transporte marítimo não sendo obrigada a isso, é sinal de que a integração dos diferentes meios de transporte não funciona bem, ou seja, tem-se um verdadeiro Plano Invertido dos Transportes!
Mas perguntarão alguns: como se resolveria esta situação? A solução mais simples corresponde à resposta óbvia: comprar logo viagem Lisboa-Pico! Seja com ou sem escalas, assim garante-se que o "destino final no bilhete" corresponde ao destino real!
A resposta a estas dúvidas parece ser bem mais complexa, mas uma pequena simulação permite tirar uma conclusão factual...
Começando pela simulação, procure-se primeiro uma situação equivalente à descrita anteriormente — uma pessoa pretende viajar de Lisboa para o Pico num sábado, por exemplo a 19 de agosto de 2017 — e faça-se uma busca de lugares disponíveis e preços nas rotas Lisboa-Pico e Lisboa-Horta. A tabela seguinte resume os resultados alcançados através de simulação (resultados completos em anexo).
Lisboa-Pico
Lisboa-Horta
N.º voos diretos
1
2
Preço voo direto
271,51 €
98,51 €
Lugares disponíveis
1
Mais de 16
Voos com escalas:
— Na rota Lisboa-Pico consegue-se um preço de 131,51 € se for efetuado um voo com escala na Terceira (2 lugares disponíveis) ou em São Miguel (1 lugar disponível).
— Na rota Lisboa-Horta verifica-se que o voo direto é aquele que apresenta o preço mais baixo (98,51 €) quando comparado com os voos com escalas.
A conclusão a tirar é evidente e incontestável: viajar de Lisboa para o Pico, apenas de avião, não só é mais difícil devido à falta de lugares, bem como é bem mais caro!
A título de exemplo, imagine-se um grupo de 3 pessoas que quer partir de Lisboa a 19 de agosto e chegar ao Pico nesse mesmo dia. Esse grupo tem apenas duas hipóteses:
Ou escolhe o voo direto Lisboa-Pico e viaja em executiva a 316,51 € por pessoa, o que perfaz um total de 949,53 €;
Ou escolhe o voo Lisboa-Horta a 98,51 € por pessoa, depois apanha um táxi (14,00 €) e em seguida viaja de barco até ao Pico (3,60 € por pessoa), o que perfaz um total de 320,33 €.
Por outras palavras, é três vezes mais barato viajar de Lisboa para o Pico via Faial, do que tentar chegar diretamente à ilha montanha! Mais uma vez, entra em ação o Plano Invertido dos Transportes!
Em suma, agora já se percebe porque mais de 25% do voo Lisboa-Horta da viagem atribulada tinha como destino real o Pico. Além disso, esta percentagem foi obtida num dia em que havia um voo direto Lisboa-Pico, ou seja, provavelmente esta percentagem será ainda maior nos dias em que não existem ligações diretas entre a capital portuguesa e a ilha montanha.
Por fim, fica aqui uma pergunta no ar: com tantos factos e estatísticas claras, com voos a esgotar, com passageiros aéreos que até vêm de semirrígido para conseguir chegar ao Pico, será que a oferta aérea para o Pico está ajustada à procura?
Haja saúde!
Post scriptum: Este artigo foi publicado na edição n.º 692 do 'Jornal do Pico', de 4 de agosto de 2017 e na edição n.º 41.341 do 'Diário dos Açores', de 6 de agosto de 2017.
Link para um artigo sobre este mesmo tema.