segunda-feira, 29 de abril de 2019

Serão estas mós (do Pico) as mais viajadas do mundo?


No estado de Santa Catarina, no Brasil, mais precisamente em Ribeirão da Ilha, é possível encontrar o "Ecomuseu do Ribeirão da Ilha". Aqui o visitante pode conhecer parte da história da ilha de Santa Catarina através de objetos e do modo de vida dos colonizadores açorianos que chegaram à Nossa Senhora do Desterro entre 1748 e 1756.

De entre as mais de três mil peças que integram o acervo deste museu, existem umas que merecem um destaque especial: mós (pedras de moinho) feitas de rocha vulcânica da ilha do Pico. Estas peças foram esculpidas na ilha montanha em 1730 e são as peças mais antigas do museu.

Infelizmente, o futuro deste ecomuseu é incerto, pois atravessa algumas dificuldades financeiras. Mais concretamente, o professor e investigador Nereu do Vale Pereira, de 91 anos, fundador deste museu em 1971 e que o mantém com recursos próprios do investigador há muitos anos, teme que, sem apoios, tenha de fechar portas.

Em todo o caso, independentemente do futuro do museu e de estas mós serem, ou não, as mais viajadas do mundo, uma coisa é certa: estes exemplares, graças a este ecomuseu, entraram para a história por conseguirem demonstrar que a pedra do Pico tinha tanto valor que valia a pena embarcar a mesma em longas viagens de vários milhares de quilómetros — neste caso, entre os Açores e Santa Catarina, foram mais de sete mil quilómetros!

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