quarta-feira, 31 de março de 2021

Polvo guisado à moda do Pico em destaque no Brasil


É bem sabido que uma expressiva quantidade de colonizadores açorianos chegou, em meados do século XVIII, à ilha de Santa Catarina, no Brasil. A herança deixada pelos antepassados açorianos, como o artesanato ou as festas tradicionais, é ainda hoje perceptível nessa mesma ilha, a qual é parte integrante da cidade de Florianópolis, a capital do estado de Santa Catarina. 

Todavia, não é por causa dessa herança direta que a ilha montanha mereceu recentemente um destaque num orgão de comunicação social catarinense, mas sim pela sua gastronomia.

Mais concretamente, o chef Beto Barreiros, representante da cultura da ilha de Santa Catarina e criador de um famoso restaurante de Florianópolis, deixou como sugestão aos leitores da NSC Total uma receita de polvo guisado à moda do Pico [em anexo].

Porém, o chef Beto Barreiros não se limitou a apresentar a receita, fazendo uma pequena introdução sobre algumas iguarias da ilha montanha:
No Arquipélago de Açores, a ilha do Pico, a segunda maior, é encontrado o ponto mais alto, com 2351 metros de altitude. A sua gastronomia é rica, baseada num conjunto de pratos e sabores únicos preparados com peixes, carnes e bons mariscos, normalmente utilizados para preparar os famosos caldos de peixe, linguiça e torresmos com inhames, molho de carne e polvo guisado, uma das suas delícias.

Esta é mais uma prova da versatilidade das qualidades picarotas: não apenas a natureza e os produtos locais são ímpares, mas também a sua gastronomia tem reconhecimento internacional.

Haja saúde!


Polvo guisado da ilha do Pico

Ingredientes e modo de preparo para 4 porções:
  • 500 g de polvo limpo
  • 200 g de batata
  • 200 ml de vinho tinto seco
  • 2 colheres de sopa de polpa de tomate
  • 1 cebola
  • 2 dentes de alho
  • 1 folha de louro
  • Sal, azeite e pimenta de cheiro a gosto    

Utilizando uma panela, adicione o azeite e refogue a cebola, o alho, o louro e a pimenta de cheiro. Após, coloque o polvo cortado em pedaços, a polpa de tomate e o vinho e deixe cozinhar. Corte as batatas em cubos grandes e reserve. Quando o polvo estiver quase cozido, adicione a batata e o sal e deixe cozinhar até ficar macia que é o ponto certo para servir quente.

terça-feira, 30 de março de 2021

Canceladas as grandes festividades de verão do Pico em 2021


Em conferência de imprensa promovida ontem [29 de março de 2021] pela Associação de Municípios do Triângulo, onde marcaram presença os presidentes de cinco dos seis municípios das ilhas do Pico, Faial e São Jorge, foi anunciada a decisão concertada de não realizar os festivais do próximo verão.

Esta posição conjunta e unânime das seis edilidades das ilhas do Triângulo foi motivada pela incerteza da evolução epidemiológica e a necessidade de planear, atempadamente, os festivais de verão. Em particular, esta é mais uma "medida dos municípios de prevenção à propagação da pandemia da COVID-19 num quadro de saúde pública e de incerteza".

Assim, e no caso particular da ilha montanha, foram canceladas as edições de 2021 das Festas da Madalena, do Festival Cais Agosto e da Semana dos Baleeiros, o que, recorde-se, ocorre pelo segundo ano consecutivo.

Haja saúde!

segunda-feira, 29 de março de 2021

Pico — "provavelmente, a ilha mais completa dos Açores"


Carla Mota e Rui Pinto são viajantes intrépidos que percorrem o mundo há 15 anos de mochila às costas, tendo visitado mais de 100 países juntos. Além disso, os membros deste casal são igualmente conhecidos por serem os autores do blog 'Viajar entre viagens', um autêntico repositório de experiências e dicas sobre inúmeros locais de todo o mundo.

Um dos destinos contemplados recentemente por este casal foi o Pico, viagem essa que deu origem a um artigo no respetivo blog intitulado "Visitar a ILHA DO PICO, a ilha vulcão do arquipélago dos Açores".

Mais concretamente, este artigo é recheado de elogios à ilha montanha, não só à sua natureza, mas também às suas gentes, cultura e património; é quase como um guia turístico extremamente detalhado, contendo imagens e vídeos, bem como dicas práticas para quem visita o Pico. Aliás, ao longo do respetivo texto, os autores tentam seduzir os leitores a visitar a ilha montanha recorrendo a frases tais como as seguintes:
Hoje, o Pico começa a afirmar-se como um destino turístico emergente no panorama nacional, sendo cada vez mais popular visitar uma das ilhas mais singulares do arquipélago dos Açores.

A ilha do Pico é uma das maiores dos Açores, e oferece imenso a quem a visita, por isso recomendamos que dedique pelo menos 4 ou 5 dias a explorar a ilha, conhecendo lugares fantásticos e percorrendo belos trilhos, com um ou dois dias extra para subir à montanha do Pico.

Em termos naturais, as paisagens vulcânicas são magníficas, culminando na majestosa montanha do Pico, mas a humanização dessa paisagem no Pico tem nas vinhas o seu expoente máximo.

O interior da ilha do Pico é muito pouco povoado, e cruzar esta estrada é entrar num mundo diferente, fazendo lembrar filmes como “Parque Jurássico”, onde a Natureza ainda impera.

Outros elogios, tal como é exemplo um feito ao pão de milho do Pico, que é descrito como "um dos melhores pães que já comemos no mundo, fofinho e delicioso", podem parecer elogios exagerados à primeira vista, mas dão que pensar quando se atenta que eles provêm de quem conhece praticamente o mundo inteiro e já viajou mesmo muito...

Posto isto, a melhor recomendação é mesmo ler e reler o artigo "Visitar a ILHA DO PICO, a ilha vulcão do arquipélago dos Açores", o qual sugere igualmente mais de 70 coisas que ver e fazer quando se visita o Pico — por um lado, quem ainda não conhece esta ilha tem aqui um magnífico ponto de partida; por outro, quem já a conhece (ou inclusivamente quem no Pico mora) pode sempre verificar se já completou esta lista de sugestões.

Por fim, não poderia deixar de ser citado o primeiro parágrafo do artigo em questão, o qual configura uma das melhores descrições resumidas do que é a ilha montanha:
Visitar a ilha do Pico é descobrir aquela que é, provavelmente, a ilha mais completa dos Açores, com uma paisagem vulcânica povoada por lagoas e cones e dominada pela montanha do Pico, e com uma presença humana cheia de história e cultura, onde sobressaem a cultura do vinho nas vertentes da montanha e a baleação (caça à baleia) no mar, junto à costa.

Haja saúde!

Post scriptum: Em artigo posterior sobre "Que ilha ou ilhas visitar num roteiro de viagem aos Açores", os mesmos autores reforçam que "A ilha do Pico é a segunda ilha mais visitada nos Açores e não é por acaso. A ilha do Pico é, provavelmente, a ilha mais bela dos Açores."

sábado, 27 de março de 2021

Horários dos aviões na ilha do Pico — início Verão IATA 2021


A mudança para a hora de verão nos Açores coincide também com o início da estação "Verão IATA", onde são reforçadas as ligações aéreas com a ilha do Pico.

Mais concretamente, o aeroporto da ilha montanha passa agora a ter (até 31 de maio de 2021):
  • 7 ligações semanais com a ilha Terceira (um voo por dia);
  • 9 ligações semanais com a ilha de São Miguel (um voo diário, reforçado com um segundo voo às terças e quintas);
  • 2 ligações semanais com Lisboa (voos às segundas e sábados).

Todos horários dos aviões que servem a ilha do Pico de forma regular encontram-se disponíveis no separador "Aviões" deste blog.

Haja saúde!



Voos regulares
(clique na origem/destino para mais detalhes)

Chegadas ao Pico
 Horário Dom.2.ª3.ª4.ª5.ª6.ªSáb.
08h-11h TER PDL
LIS
PDL PDL PDL PDL PDL
11h-13h

TER
TER
13h-15h





15h-17h LIS
17h-19h PDL TER PDL TER PDL TER TER

Partidas do Pico
 Horário Dom.2.ª3.ª4.ª5.ª6.ªSáb.
08h-11h TER PDL
LIS
PDL PDL PDL PDL PDL
11h-13h

TER
TER
13h-15h





15h-17h
17h-19h PDL TER PDL TER PDL TER LIS
TER

Legenda: TER - Terceira | PDL - Ponta Delgada | LIS - Lisboa



Voos extra Páscoa 2021
(alguns aviões podem ser seguidos clicando no n.º do voo)

OrigemPartidaDestinoChegadaDuraçãoN.º Voo
31 de março (Quarta-feira Santa)
Lisboa07:45*Pico09:30(2h45)S4 141
Pico10:25Lisboa13:55*(2h30)S4 140
* Hora local de Lisboa (+1h vs. Açores).



Workshop de Iniciação à Prova de vinhos


O Laboratório Regional de Enologia (LRE) promove a 18 de abril, no Pico, a realização de um workshop gratuito de Iniciação à Prova de Vinhos.

A iniciativa, limitada a 20 participantes, vai decorrer na Sala de Provas do LRE [onde são cumpridas todas as recomendações da DGS para a lotação e cumprimento do distanciamento social e aplicada a legislação regional para os eventos públicos], estando a formação a cargo de Ana Romão.

Devido às limitações de espaço, serão organizadas 2 sessões com máximo de 10 pessoas: uma sessão de manhã, a partir das 10h30, e outra sessão à tarde, a partir das 14h30.

As inscrições são efetuadas através do formulário disponível em: 


Os participantes devem trazer uma garrafa de vinho, que consta de uma lista que será disponibilizada por e-mail aquando da sua inscrição.

Haja saúde!


sexta-feira, 26 de março de 2021

Ali [no Pico] está-se bem


Gonçalo Câmara, conhecido locutor da rádio M80, decidiu passar uma semana na ilha montanha, tendo partilhado a sua experiência num artigo intitulado "Da bruma ao bem-estar: no meio do Atlântico".

De entre a "liberdade" sentida em tempos de pandemia ou a "redescoberta das pérolas do Atlântico Norte", o texto termina com o esclarecimento a uma dúvida que muita gente tem, isto à seguinte pergunta: "o que leva três continentais a passar uma semana por ali", pelo Pico?
A resposta é sempre a mesma: ali está-se bem. 

Haja saúde!

quinta-feira, 25 de março de 2021

(Por debaixo da) Aterragem no Aeroporto do Pico [vídeo]


A infraestrutura aeroportuária da ilha montanha tem a particularidade de estar localizada em plena Paisagem da Cultura da Vinha da ilha do Pico. Por esse motivo, surgiu a curiosidade de tentar perceber como é observada uma aterragem por esse prisma.

Assim, apresenta-se em anexo um registo vídeo de uma aterragem no primeiro domingo desta primavera de 2021, vídeo esse que foi filmado por debaixo da aterragem, nomeadamente junto às vinhas e, tal como é igualmente audível, próximo de uns passarinhos.

Recorde-se que todos horários dos aviões que servem a ilha do Pico de forma regular encontram-se disponíveis no separador "Aviões" deste blog.

Haja saúde!



quarta-feira, 24 de março de 2021

Um ano de pandemia de COVID-19 no Pico


Faz hoje precisamente um ano que a COVID-19 chegou à ilha montanha, uma situação que veio alterar o dia-a-dia picaroto. Contudo, antes de 24 de março de 2020 já se verificava uma redução do movimento de pessoas no Pico, fruto da confirmação da chegada do vírus SARS-CoV-2 aos Açores em 15 de março do ano passado — ou seja, apenas nove dias separaram o primeiro caso açoriano desta doença do primeiro caso registado na ilha montanha.

O impacto da COVID-19 no Pico advém também do impacto da mesma no arquipélago: primeiro foram restringidas as ligações aéreas (quer interilhas, quer territoriais) e marítimas regulares nos Açores, acabando mesmo por serem suspensas mais tarde. No entanto, após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 na ilha montanha, ocorreram restrições nas carreiras públicas regulares de transporte de passageiros no Pico, bem como foi reorganizado todo o serviço de saúde na ilha montanha — mais concretamente, após o fecho inicial dos Serviços de Atendimento Permanente das Lajes e de São Roque do Pico, estes reabriram em junho, embora em horário reduzido; em julho dá-se nova remodelação, a qual vigora ainda hoje na ilha montanha, e que resultou no funcionamento 24h da equipa SIV e mais presença física médica nos centros de saúde.

Em termos de ligações de/para o exterior do Pico, pese embora tenha havido, a partir do final de maio / início de junho, uma retoma gradual da (nova) normalidade (nomeadamente nas ligações aéreas e marítimas), acabou suspensa a operação sazonal de transporte marítimo de passageiros e viaturas. Por outro lado, houve a criação da Linha Branca, a qual veio ligar, por via marítima, todas as ilhas do Grupo Central dos Açores.

No que toca a festas e animações de rua, a COVID-19 teve um enorme impacto, pois as festividades estivais foram todas canceladas, incluindo as Festas do Divino Espírito Santo, algo que foi verdadeiramente inédito.

Em todo o caso, a estratégia de combate à COVID-19 no Pico deu os seus frutos, pois esta ilha foi (e continua a ser) um dos lugares do mundo menos afetado pela pandemia, não registando (até à data) qualquer óbito relacionado. Em particular, vale a pena mencionar algumas estatísticas relacionadas [outros dados estatísticos podem ser encontrados neste link]:
  • Neste último ano registaram-se 53 casos de COVID-19 na ilha montanha, sendo que, felizmente, todos recuperaram;
  • Apesar de o Pico, até ao momento, ser a terceira ilha com mais casos registados nos Açores, esses casos representam apenas cerca de 1,3% do total regional;
  • Todos os concelhos da ilha montanha registaram casos positivos de COVID-19, pese embora haja uma distribuição não uniforme entre eles, nomeadamente foram registados 30 casos na Madalena, 17 em São Roque do Pico e 6 nas Lajes do Pico;
  • Pode-se afirmar que houve seis vagas de COVID-19 na ilha montanha, atendendo à presença, ou não, de casos positivos no Pico;
  • A primeira vaga, que terminou em maio, foi aquela onde os doentes (10) demoraram, em média, mais tempo a recuperar, designadamente cerca de 40 dias;
  • A segunda vaga foi a mais longa de todas, tendo durado um total de 93 dias entre agosto e novembro (com 15 casos registados);
  • A sexta (e mais recente) vaga, entre fevereiro e março deste ano, foi aquela onde se registaram mais casos, nomeadamente 18 pessoas no Pico positivaram para a COVID-19;
  • Neste último ano a ilha montanha teve cerca de 69% dos dias com casos de COVID-19, com a particularidade de não ter registado qualquer caso nos meses de junho e julho de 2020.
Todavia, um dos momentos mais marcantes foi a chegada da vacina para a COVID-19 ao Pico, a qual teve lugar no início de fevereiro de 2021, mais concretamente 322 dias após a confirmação do primeiro caso de COVID-19 no Pico, 44 dias depois da chegada destas vacinas a Portugal e 41 dias depois da entrega nos Açores. Presentemente, cerca de 17% da população da ilha montanha já teve pelo menos uma inoculação contra o vírus SARS-CoV-2, o que não deixa de ser assinalável, isto quando cerca de 9% da população portuguesa já foi vacinada com pelo uma dose, sendo que nos Açores essa percentagem sobe para os 10%.

Existem também outras situações relacionadas com os efeitos da COVID-19 na ilha montanha que merecem ser destacadas: como o desembarque marítimo esteve interdito durante várias semanas, houve um iate de luxo que decidiu fundear ao largo do Pico, gerando muita curiosidade na população local ao longo de alguns dias; foi também com estupefação que se revelou evidente o desconhecimento, por parte da tutela, da realidade das grávidas da ilha montanha — aliás, registou-se um baby boom no Pico em 2020, algo bastante em contraciclo com a esmagadora maioria das restantes ilhas açorianas. Pela positiva, há a destacar a eleição do Pico como uma das nove ilhas europeias perfeitas para umas férias com distanciamento social, a eleição da ilha montanha como uma das cinco ilhas a descobrir em Portugal, Espanha e Itália e, bem recentemente, a referência por parte de um prestigiado jornal britânico para o facto de que "as vistas extraordinárias da montanha do Pico são apenas um dos motivos para visitar Portugal neste verão"; ademais, e apesar de não ter ocorrido os habitais bailes espontâneos de chamarrita, graças a um picaroto foi possível levar este baile para o mundo dos jogos de tabuleiro.

Por fim, ninguém sabe se o pico da pandemia de COVID-19 já passou, mas uma coisa é certa: um ano de pandemia já passou no Pico!

Haja saúde!

terça-feira, 23 de março de 2021

Pico em grande destaque no 'The Telegraph'


O prestigiado orgão de comunicação social britânico 'The Telegraph' apresentou recentemente as 8 razões porque Portugal deve ser a principal escolha este verão, isto num artigo disponível na íntegra no site do referido veículo jornalístico.

Em particular, o destaque fotográfico de capa vai para a montanha da ilha do Pico, o qual é acompanhado com a seguinte legenda: "As vistas extraordinárias da montanha do Pico são apenas um dos motivos para visitar Portugal neste verão".

No entanto, a menção ao Pico não se fica pela capa: a montanha volta a ser referida no sétimo ponto do artigo, ponto esse dedicado à altura das montanhas, destacando-se o facto de esta elevação não só ser a mais alta de Portugal, mas também o ponto mais elevado da dorsal mesoatlântica — a maior cordilheira  (principalmente subaquática) do mundo; ademais, há também uma referência às vinhas Património Mundial da ilha do Pico.

Este é, sem dúvida, um enorme reconhecimento da notoriedade internacional que a ilha montanha tem e que continua a reforçar o sentimento de que o Pico está na moda!

Haja saúde!

segunda-feira, 22 de março de 2021

Andamento da requalificação da Praceta dos Baleeiros (6) [e estabilização da zona costeira]


[Link para fotos mais recentes]

Apresenta-se, em anexo, um conjunto de fotografias (datadas de 21 de março de 2021) relativas ao andamento da empreitada de requalificação da Praceta dos Baleeiros, no Cais do Pico, vila de São Roque do Pico [link para fotos mais antigas].

Esta obra, orçada em quase 235 mil euros (sem IVA) e que inicialmente tinha um prazo de execução de cinco meses (a contar desde o início de julho de 2020), assenta essencialmente na requalificação de pavimentos, nomeadamente na cobertura do pavimento com um tapete betuminoso de cor avermelhada, salvaguardando-se o lajeado de pedra remanescente do antigo pátio de desmancha; adicionalmente, a plataforma contígua aos balneários será pavimentada com um deck a imitar madeira. Serão ainda construídos novos muros ao longo da plataforma contígua aos balneários e junto à estátua do Velho Baleeiro, bem como haverá um reforço dos muros laterais da antiga rampa de varagem das baleias. O projeto inclui igualmente a construção de passeios e a recuperação e replicação dos antigos candeeiros de betão existentes na zona [link para o projeto].

Apresenta-se igualmente um destaque fotográfico para a estabilização da zona costeira adjacente, empreitada esta orçada em cerca de 125 mil euros e com um prazo de execução de 120 dias.

Haja saúde!


















domingo, 21 de março de 2021

Vinho licoroso 'Czar' de 2013 distinguido com "Prémio de Excelência"


A revista 'Paixão pelo Vinho' atribuiu recentemente o "Prémio de Excelência" à colheita de 2013 do vinho licoroso 'Czar', o qual é produzido numa vinha classificado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade, mais concretamente na única vinha do Pico (e dos Açores) classificada como pertencendo à elite das "Vinhas Velhas de Portugal".

Este é um vinho DOP, Reserva Single Harvest Seco, feito a partir das castas Verdelho, Arinto dos Açores e Terrantês do Pico, e que atingiu (naturalmente e sem fortificação) um volume de 19%.

Segundo a revista supramencionada, o 'Czar' de 2013 obteve uma classificação de 18.5 (em prova cega) e foi descrito da seguinte forma:
  • Cor: castanho com intensos tons laranja e dourados, limpo.
  • Aroma: exuberante, original, fresco, com notas iodadas, fruto citrino, frutos secos, pinhões, caramelo, rico.
  • Sabor: envolvente, encorpado, com excelente relação doçura / acidez, seco, com toque especiado, salino, é um vinho ousado, saboroso, que deixa um final prolongado e promissor.
A descrição detalhada deste vinho apresenta-se em anexo.

Por fim, este reconhecimento comprova aquilo que os picarotos já sabem há muito: que o que têm no Pico e o que se faz na ilha montanha é de muita, mas mesmo de muita qualidade! 

Haja saúde!


VINHO LICOROSO CZAR

CZAR é um vinho licoroso não fortificado, que após uma prolongada fermentação, entre 8 a 11 meses, atinge naturalmente mais de 18% Vol, seguindo-se um estágio de 5 anos em barricas velhas de carvalho francês, resultando um vinho de cor castanho dourado/âmbar, com grande complexidade aromática, um volume gustativo acentuado muito equilibrado e um final de boca muito persistente. 

Deve servir-se à temperatura de 12 a 14ºC, e pode acompanhar uma diversidade de pratos, desde entradas a sobremesas pouco doces, ou simplesmente beber-se.

As vinhas onde é produzido o CZAR, são centenárias e localizam-se na zona dos lajidos da Criação Velha, da ilha do Pico, zona património mundial classificada pela UNESCO em 2004 devido às suas características únicas. 

Por se tratar de um vinho totalmente natural, sem adição de qualquer tipo de álcool, açúcar ou leveduras, a sua composição varia de acordo com o grau de maturação atingido pelas uvas, a resistência das leveduras as condições climatéricas incertas de cada ano, podendo aparecer como seco, ou meio seco e muito raramente como meio doce. Em alguns anos simplesmente não aparece, por não atingir a qualidade necessária para ser chamado CZAR.

É um vinho que naturalmente atinge 18% de graduação e muitas vezes mais. Essa virtude, deve-se às características peculiares das uvas de que é feito, ao tipo de solo vulcânico e à desfolha realizada alguns dias antes da vindima tardia, ajudando na sobre maturação das uvas. No ano de 2009, uma das barricas demorou mais tempo em fermentação, surgindo um vinho não fortificado com 20,1% o que o torna caso único no mundo desafiando as leis de enologia.

Já ganhou vários prémios e medalhas, incluindo uma medalha de ouro na feira internacional de Moscovo em 2011. É considerado por muitos como o melhor licoroso dos Açores e também já foi considerado como um dos melhores vinhos Portugueses pela revista "Néctar" em 2005. Mais recentemente, em 2014, o Público, considerou a colheita de 2008 como um fenómeno da natureza, que certamente iria ficar na história de vinhos dos Açores. Também, no mesmo ano, o mesmo jornal escolheu o CZAR como um dos 20 melhores vinhos portugueses para se oferecer no Natal. Em fevereiro de 2017 foi realizada uma prova vertical do CZAR, primeira prova vertical de licorosos nos Açores, de onde saíram críticas de surpresa e admiração pela qualidade e longevidade deste vinho não fortificado em várias revistas e jornais do nosso país e também na revista londrina Decanter. Em 2019, foi escolhido novamente como um dos melhores vinhos de Portugal pela revista “Visão”.

Após a revolução Russa em 1917, foi encontrado vinho licoroso da ilha do Pico nas caves do palácio do último Czar, Nicolau II. Este vinho era embarcado em barricas na ilha do Pico, por barcos enviados propositadamente pelos Czares para os seus banquetes reais. Chegou a constar de receitas médicas como cura para certos males e até Tolstoi o menciona nos seus escritos. Daí se ter considerado que o nome mais apropriado para este vinho seria CZAR. 

sábado, 20 de março de 2021

Longitudinal — a estrada mais bonita de Portugal


A Estrada Regional N.º 3–2.ª da ilha do Pico, mais conhecida por ‘Longitudinal’, é uma estrada com cerca de 23km e que liga a vila da Madalena a outra famosa “estrada do mato”, a ‘Transversal’ (ER2–2.ª).

A estrada ‘Longitudinal’ tem uma série de particularidades que merecem ser destacadas. Em primeiro lugar, é nesta estrada que se encontra a maior reta dos Açores, e uma das maiores do país, com pouco mais de 9 km. Para se ter uma ideia de quão comprida é esta reta, note-se que ela é maior do que a largura de 4 ilhas açorianas, nomeadamente São Jorge, Santa Maria, Graciosa e Corvo, sendo que, para este último caso, a reta da ‘Longitudinal’ também é maior do que o comprimento da mais pequena ilha dos Açores.

Outra curiosidade relacionada com esta reta de 9 km é que ela corresponde exatamente à distância entre as ilhas do Pico e do Faial. Por outras palavras, se existisse uma ponte sobre o Canal Pico/Faial, ela teria o mesmo comprimento da reta da ‘Longitudinal’ — assim, dá para ter uma ideia de quanto tempo de carro seria necessário para ir do Pico ao Faial, ou vice-versa, isto caso algum dia alguém se lembre de efetivamente construir uma ponte…

Voltando a terra firme, a estrada ‘Longitudinal’ tem a sua maior implementação na zona do Planalto Central da ilha do Pico e, por esse facto, acaba sendo uma estrada que também é sinónimo de lazer para muitos.

Exemplificando, é através da ‘Longitudinal’ que as pessoas, nomeadamente os turistas, chegam à Lagoa do Capitão, uma paisagem que é um autêntico postal da ilha do Pico. Além disso, a esmagadora maioria das pessoas que pretendem chegar ao ponto mais alto de Portugal acaba utilizando a estrada ‘Longitudinal’.

No entanto, mais do que uma simples estrada que serve para ligar um ponto a outro, a ‘Longitudinal’ é ela própria uma atração turística. Com uma vista magnífica para a montanha do Pico e que se vai alterando ao longo do percurso, com uma sensação de deslumbramento constante, não é de estranhar que a estrada ‘Longitudinal’ faça parte da lista de Top 10 coisas a não perder na ilha do Pico

Porém, o que talvez muitos não saibam é que a estrada ‘Longitudinal’ não é apenas uma atração do Pico, ou mesmo dos Açores; a ‘Longitudinal’ foi considerada, por uma revista internacional, a estrada mais bonita de Portugal!

Assim, e como sugestão de passeio, estão todos convidados a percorrerem a estrada ‘Longitudinal’ em toda a sua extensão e, quem sabe, até poderão vir a observar alguma neve na montanha, algo bastante comum nos meses de inverno.

Por fim, chama-se apenas a atenção de que, à semelhança das restantes “estradas do mato” do Pico, existem por vezes uma espécie de "semáforos ambulantes", de várias cores, e que nos obrigam a parar a viatura — são as vacas, as quais por vezes ocupam a faixa de rodagem, mas que também isso conta para a magnífica experiência que é passear no meio da ilha montanha! 

sexta-feira, 19 de março de 2021

Andamento do novo Terminal Marítimo de Passageiros de São Roque do Pico (5)


[Link para fotos mais recentes]

Apresenta-se, em anexo, um conjunto de fotografias (datadas de 18 de março de 2021) relativas ao andamento da empreitada do novo Terminal Marítimo de Passageiros de São Roque do Pico [link para fotos mais antigas].

Esta obra, orçada em quase 3,5 milhões de euros (sem IVA) e que tem um prazo de execução de 20 meses (a contar desde o início de setembro de 2020), prevê a construção de uma nova gare de passageiros, a reorganização geral dos espaços exteriores ao nível das circulações pedonal e automóvel, introduzindo-se maior capacidade de estacionamento e de lugares de espera para embarque de viaturas [link para o projeto].

Haja saúde!






quinta-feira, 18 de março de 2021

Pico volta a ficar sem casos de COVID-19


A ilha montanha deixou de registar ontem, 17 de março de 2021, qualquer caso positivo de COVID-19.

Esta é uma magnífica notícia, a qual se soma a algumas outras estatísticas favoráveis que se podem extrair baseado no que aconteceu no Pico nos últimos 33 dias, isto é, desde a confirmação do primeiro caso positivo da sexta vaga na ilha montanha:

Resta agora esperar que esta pandemia de COVID-19 tenha efetivamente ido embora da ilha montanha, de forma a que se possa afirmar que não só o pico da pandemia já passou, mas também que a pandemia, no Pico, já passou!

De recordar que mais informações sobre a COVID-19 podem ser encontradas no seguinte site:


Haja saúde!

quarta-feira, 17 de março de 2021

Sobre uma lâmpada tradicional da ilha do Pico


Apresenta-se, em anexo, um trabalho da autoria de Rui de Sousa Martins, trabalho esse que é parte integrante do Repositório da Universidade Universidade dos Açores e que aborda uma lâmpada de pousar existente na ilha montanha, feita em metal amarelo pela técnica de fundição

Esta candeia 'picarota' mereceu um estudo à parte devido ao facto de que "fugia completamente aos modelos usuais nos Açores".

Desde à análise morfológica e técnica, passando pelo processo criativo e pelo autor e local de fabrico, terminando no uso da lâmpada — a qual "funcionava com azeite de baleia e estava normalmente na cozinha, onde se passava a maior parte da vida doméstica" — este trabalho descreve com bastante detalhe esta candeia 'picarota' e, por isso, merece uma leitura, pois é também uma forma de se conhecer uma pequena parte da história da ilha montanha.

Haja saúde!


terça-feira, 16 de março de 2021

Abandono ou substituição, eis a questão (sobre a Cofaco no Pico) daqueles que de promessas fartos estão


Passados cerca de três anos sobre o encerramento da conserveira Cofaco na ilha do Pico, encerramento esse que se esperava temporário, tendo em vista a promessa da construção de uma nova unidade fabril na ilha montanha, eis que surge a notícia menos desejada (mas um tanto ou quanto esperada): a Cofaco cancelou a construção de uma fábrica no Pico.

Vale a pena recordar o impacto deste encerramento, bem como situações relacionadas que ocorreram:
Como se pode verificar, as únicas certezas deste longo processo foram mesmo os despedimentos; por outro lado, as promessas falsas da empresa e o incumprimento da lei por parte do poder executivo quebram a confiança das pessoas, quer no investimento futuro de privados, quer nos próprios políticos — aliás, é quase anedótico, se não mesmo vergonhoso, contar a alguém que um investidor prometeu e assegurou algo, mas depois não fez nada por causa dos custos de construção, bem como que o Governo tem uma lei para cumprir, mas não o faz! E no final, quem sofre com tudo isto? O privado? O Governo? Não, sofrem os picarotos!

'Alto e pára o baile' dirão alguns, pois o Governo Regional dos Açores adiantou no início desta semana que "há uma empresa interessada em instalar uma fábrica de transformação de pescado na ilha do Pico". No entanto, de concreto apenas uma coisa se sabe: quem quiser investir e quiser usufruir de fundos comunitários terá de executar um projeto até final de 2022.

Em suma, ao fim de três anos de promessas e incertezas, a Cofaco abandona o Pico, mas não se sabe ainda se será substituída; essa será a nova novela dos próximos dois anos, a ter lugar na ilha montanha bem perto de todos nós... Em todo o caso, qualquer que seja o guião que venha a ser seguido, uma coisa pode já ser revelada: o elenco picaroto — "o Homem e a Mulher do Pico" — irão continuar a fazer jus ao seu passado, lutando contra as vicissitudes e dureza acrescida que a vida na ilha montanha acarreta, sendo que certamente irão conseguir dar a volta por cima e superar estas novas adversidades!

Haja saúde!

Post scriptum: Este artigo foi igualmente publicado na edição n.º 42.432 do 'Diário dos Açores', de 20 de março de 2021.

Post post scriptum: Substituta da Cofaco à vista!

Post post post scriptum: [Finalmente] Conselho de Ministros aprova majoração de apoios a ex-trabalhadores da Cofaco

segunda-feira, 15 de março de 2021

Nascimento do (atual) Porto do Cais do Pico


Inaugurado na década de 80 do século XX, o (atual) Porto do Cais do Pico cedo se afirmou como o principal porto comercial da ilha montanha; hoje em dia, com os seus quase 40 anos de existência, este complexo portuário localizado no coração da vila de São Roque do Pico regista o terceiro maior movimento marítimo a nível Açores de mercadoria contentorizada e de carga geral.

Graças a uma partilha feita no Facebook por parte de Herberto Terra, apresenta-se em anexo algumas fotografias que mostram parte da construção, junto à antiga 'Fábrica da Baleia das Armações Baleeiras Reunidas' (hoje Museu da Indústria Baleeira,) deste "Porto do Cais do Pico" — uma designação que foi apropriada do outro Porto do Cais do Pico, hoje conhecido como "Cais Velho".

Por fim, vale a pena recordar que os horários dos navios de mercadorias que escalam este porto comercial podem ser encontrados no separador "Barcos" deste blog.

Haja saúde!

Post scriptum: Adicionada uma fotografia (facultada por Rui Pedro Ávila) referente ao navio 'George Roussos', o primeiro a atracar no (atual) Porto do Cais do Pico em 25 de abril de 1980.